Ontem eu Chorei...

Eles sobrevivem se estiverem juntos...
Era o que eu pensei quando deixei os gatinhos LUA e Milk no apartamento do meu filho.
LUA envolvida no roupão do Charlinho...
Depois do meu apartamento ter sido interditado em 14 de março de 2018 nunca mais voltamos para lá... E aquele que era o mundo dos dois felinos SRD desde bebezinhos. Foram adotados da protetora Cecília, a veterinária querida de Curitiba que agora é uma estrelinha no céu.  Quando chegaram mudaram nossas vidas e completaram nosso lar que tinha espaço para eles, onde brincavam e saracoteavam por tudo. Espaços foram adaptados para seu mundinho, como prateleiras e espaços de comer e colocar a caixa de areia. Ficava no alto para os dois cachorrinhos não mexessem. Tinham acesso a todos os cômodos e tomavam sol na varanda grande. Mas dormir de dia, era mesmo no atelie de patchwork da mamãe.  Onde estavam todos as roupas de inverno e mil coisas coloridas. E assim passaram os anos de suas vidinhas. Estavam morando neste  mundinho por 6 anos. Mas no dia 14 de março nas chuvaradas todos os habitantes do apartamento (garden) ficaram sem moradia. Tudo desmoronou junto com muro mal feito pela construtora e desceu pelos vidros e entrando pelas janelas que estavam abertas para ventilar apenas com tela para segurança dos gatinhos: Terra, Agua, lama, pedras, lixo...  Com a força do estrondo se é que posso imaginar o desespero deles pelo barulho, impacto que jamais ouviram, correram para onde podiam. Milk conseguiu subir por traz da geladeira e ficou imprensado. A Lua   gata bem mais gorducha não cabia e ficou sobre uma cadeira embaixo da mesa olhando a lama correr pelo chão da sala. Os dois pequenos cães, o Baruc de 5 quilos e a Zara de 4 quilinhos correram para porta e ficaram todos sujos e apavorados. Enquanto vizinhas os chamavam para distrai-los pelo lado de fora. Nesta altura o esgoto não suportou o tanto de entulhos e estourou retornando no apartamento...   E depois de ver o vídeo colocado por uma vizinha (de cima) do prédio no grupo do watsapp eu e Maju corremos pra lá por reconhecer o teto de metade película branca e outra sem.  Ao chegar que encontramos nosso lar destruído e Milk e Lua em estado de choque.
Fomos para casa da Juliana e do Lê, mas uma semana e os gatinhos que nunca tinham saído daquele espaço não estavam calmos. E atritos com a gatinha dona da casa fez com que a mudança fosse inevitável mais uma vez.
E num gesto de amorosidade estrema para não deixa-los sozinhos em algum hotel no estado de medo que se encontravam foi improvisado um canto na republica onde foi morar o Carlos (irmão mais velho).  E assim permaneceram o por uns 15 dias, ate que alugamos um apartamento no mesmo condomínio só que sem o garden e mais uma vez na tentativa de reunir os bichinhos e o pouco que sobrou fomos para o apartamento 504 do outro prédio. Pois dormir no Edifício Marumbi nunca mais...  Tinha telas e foi seguro para os quatro. Enquanto aguardávamos solução ali passamos dois meses e no improviso a caixa de areia numa mesa de plástico emprestada da Anne.
O tempo passou e de alguma forma estar juntos deu um pouco de alivio do medo, apesar dos barulhos e do total improviso.
Lua pinguim de geladeira
Nessa hora penso em quem abandona porque não tem espaço.
Mas tínhamos data de saída. Contratamos por dois meses e 01 de junho  terminava o prazo para decidir mudar ou continuar no condomínio.
Com improviso da caixa de areia, era necessário buscar um apartamento pelo menos com uma varandinha. E assim na busca muitos não queriam alugar pra gente por causa nos 4  pets. Gato então...
Chegamos a fazer contrato com um apartamento aqui no centro de Curitiba e na hora de pegar a chave. Voltaram atrás.  A busca recomeça e achamos um local sem restrição para pets, com sacada e no centro. mais importante dentro do valor estipulado pelo juiz na liminar para ser pago pela construtora que iniciaria em "junho". Porem ficou inviável, bem que tentamos, mas com o frio dos últimos dias, percebemos que   não daria pra caixa de areia ficar la no frio e dentro era pequeno demais.
Comprometidas pelo contrato de locação, a saída era mobilizar esforços para casa nova do Carlos ser grande caber a duplinha... Isso feito achamos um lindo apartamento e com espaço para eles longe para mamis mas perto do trabalho do Charli e bingo. Ai faltava as redes de proteção. Conseguimos ontem colocar em tudo. Mas apesar de saber ser melhor para eles ficarem la, e a choradeira... Conter a dor de um sonho desfeito. Aconchego do lar tranquilo e confortável para nos e nossos aumiguinhos. Não deu pra segurar. Mais uma ver nestes três meses sem lar, juntando cacos; ontem eu chorei!

Milk condensado
Não por apego material a nada. Pois tudo passa.
Mas pelos fim de tarde chegando em casa depois de um longo dia de trabalho onde vinham correndo se esgueirando pelos moveis aquelas bolinhas de pelo branca e preta.
Pelas patadinhas no braço pedindo colo da gorducha.
Pelos mil lacinhos e esponjinhas jogadas para o mimi buscar imitando  cachorrinho e trazer na frente pra gente jogar novamente.
Pelos momentos quentinhos que seus corpinhos proporcionavam quando estavam junto.
Pelos ronrons curativos. Pelos olhares seguidores pela casa...
Pelas milhares de fotos e vídeos deles juntos com os cães brincando mostrando que existe amizade entre raças diversas.
Ontem eu chorei porque sei que tenho de confiar na vida. Lembrar que com toda essa correria  desde março não abandonamos quem nos amou sempre, cumprindo a missão desde o dia da adoção e seu bem estar é mais importante que o que sinto agora... Mesmo ontem ter chorado.




 Até breve, enquanto isso a gente dorme quentinhos juntos noutro lugar...






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