ESTER, (HADASSA) UMA RAINHA ALTRUÍSTA


ESTER, (HADASSA) UMA RAINHA ALTRUÍSTA

Prof. Caramuru Afonso

A rainha Ester, com destaque para o altruísmo, isto é, a atitude de atendimento ao outro, um dos aspectos do amor divino, como vemos em I Co.13:5, é um amor “que não busca os seus interesses”.
- Uma das características marcantes do mundo atual é o egoísmo, o individualismo, o pensar única e exclusivamente em si mesmo. Por isso, a Bíblia diz-nos que, nestes tempos trabalhosos, os nossos dias, haveria “homens amantes de si mesmo” (II Tm.3:2). Cojm Ester, aprendemos que não podemos viver desta maneira, mas, sim, nos portarmos como sal da terra e luz do mundo, vivendo para que os outros sejam felizes e alcancem a vida eterna.
I – A BIOGRAFIA DE ESTER(I) – DE CATIVA ÓRFÃ A RAINHA DA PÉRSIA
- A personagem que estudaremos nestes comentários, dentro da seqüência que nos é apresentada para aprimorarmos o nosso caráter cristão, é a primeira personagem feminina, a rainha Ester, na qual se pretende ensinar o que é o altruísmo, palavra que só surgiria no século XIX, por intermédio do filósofo francês Augusto Comte (1798-1857) e que pode ter sido tanto criação sua como de seu professor Andrieux, derivada do francês “autrui” (outro), que foi definida pelo mencionado filósofo como “tendência ou inclinação de natureza instintiva que incita o ser humano à preocupação com o outro” (apud Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa).
- Embora a palavra tenha se originado no século XIX, vemos, claramente, que o altruísmo é uma das mais antigas máximas éticas do homem, presente em várias tradições religiosas, entre as quais o próprio Cristianismo, pois o altruísmo foi exemplarmente definido pelo Senhor em Mt.7:12 bem como em Lc.6:31, a saber: “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas” (Mt.7:31). A vida em função do outro, uma vida voltada para o outro, princípio que se encontrava desde a lei de Moisés (Lv.19:18) e que, segundo Jesus, era o segundo e grande mandamento da lei: o amor ao próximo (Mt.22:39).
- Para entendermos bem a vida de Ester, devemos nos lembrar que Ester era judia, ou seja, descendente do reino de Judá, que nasceu, muito provavelmente, em terra estrangeira, durante o domínio persa. Nabucodonosor, rei da Babilônia, invadira Jerusalém por volta de 597 a.C., destruindo o templo e levando cativos os habitantes do reino de Judá (o reino do sul, formado, basicamente, pelas tribos de Judá, Benjamim e Levi – I Rs.12:21; II Cr.11:14,16), período que ficou denominado como cativeiro da Babilônia e que durou setenta anos, contados desde a primeira remessa de judeus para o estrangeiro (II Cr.36:17-21; Jr.39:1-9), conforme havia sido profetizado por Jeremias (Jr.25:9-12).
- Antes que terminasse o período de setenta anos determinado por Deus, conforme profecia de Jeremias, para que se cumprisse, também, a profecia proferida por Daniel (que pertencera à primeira leva de pessoas que haviam sido mandadas para Babilônia), o Império Babilônio foi derrotado pela Pérsia (atual Irã), que, então, passou a ser a nova potência mundial, passando os judeus, então, em vez de servir a Babilônia, servir a Pérsia. Isto ocorreu por volta de 539 a.C. O rei da Pérsia, na ocasião, era Ciro, que, inclusive, permitiu que os judeus que quisessem retornassem para a Palestina (II Cr.36:22,23). A propósito, a ação de Ciro também havia sido profetizada anteriormente por Isaías (Is.44:23; 45:1), bem antes até do cativeiro.
- Muitos judeus, entretanto, apesar da permissão do rei Ciro de retornar a Palestina preferiram continuar vivendo nas terras estrangeiras, diante da vida estruturada que levavam, fazendo, então, surgir os “judeus da diáspora”, ou seja, os judeus que andam dispersos pelo mundo, fora da Palestina, fora da Terra Prometida. Mesmo hoje, depois de quase 60 anos de restauração do Estado de Israel, ainda há mais judeus vivendo fora da Palestina do que na Palestina. Estima-se que, dos 14 milhões de judeus que há no mundo, 8 milhões morem fora de Israel na atualidade.
- Este era o caso de Mardoqueu (ou Mordecai), que vivia na fortaleza de Susã, cidade persa que ficava às margens do rio Ulai e que foi escolhida como capital do reino da Pérsia por Dario I, em 529 a.C. Tornando-se a capital, Susã, naturalmente, despertou o interesse de várias pessoas que para lá se mudaram, principalmente aqueles que, de uma certa maneira, estavam envolvidos na administração do reino, que, aliás, tinham de mudar-se para lá, como parece ter sido o caso dos ancestrais de Mardoqueu, até porque muitos judeus, desde os tempos de Nabucodonosor, haviam integrado a estrutura administrativa do governo.
- Mardoqueu apareceu no cenário bíblico no livro de Ester, que, logo no seu início, nos diz que a narrativa histórica sua se encontra no tempo do rei persa Assuero (Et.1:1), rei que é identificado pelos estudiosos da Bíblia como sendo o rei Xerxes I, que foi rei da Pérsia entre 485 a.C. e 465 a.C., rei, aliás, que foi relembrado, recentemente, em um filme de grande sucesso (“Os 300 de Esparta”).
OBS: Assuero (ou Xerxes I) era filho de Dario I, rei entre 521 a.C. e 486 a.C., que, por sua vez, havia sucedido a Smerdis, que reinara apenas um ano, em 521 a.C. e que sucedera a Cambises II (530-522 a.C.), filho de Ciro. Percebemos, pois, que Mardoqueu vivia sob o reinado do quinto rei persa depois da queda de Babilônia, algo em torno de 54 anos depois da queda de Babilônia.
- A Bíblia relata-nos que Mardoqueu era da tribo de Benjamim, descendente de um certo Quis, que havia sido levado cativo para a Babilônia no tempo de Nabucodonosor na primeira leva de judeus (Et.2:5; II Cr.36:9,10), o que demonstra que Mardoqueu era de uma linhagem de judeus que, desde cedo, serviram ao governo, primeiramente babilônico, depois, persa. Ele era primo de Hadassa, tendo-se tornado seu pai de criação, visto que Hadassa ficara órfã (Et.2:6).
- Assim surge Hadassa, ou Ester, no texto sagrado: como uma menina judia órfã, sem pai nem mãe, que precisou ser acolhida por seu primo Mardoqueu. “Hadassa” significa, em hebraico, “mirto”, “murta”, nome de um arbusto, i.e., uma árvore pequena, “…com raízes e casca usada para extração de tanino, madeira de qualidade, folhas ricas em óleo usadas em perfumes, assim como as flores brancas, aromáticas, e as bagas carnosas…” (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa). A murta é de origem desconhecida, mas foi associada, desde cedo, à prática de cerimônias e rituais religiosos, além do que as folhas eram comumente usadas para as grinaldas das noivas.
- Apesar de ser apresentada como sendo chamada “Hadassa” em Et.2:7, é a única vez em que Ester é assim denominada, sendo, então, dali por diante chamada de “Ester”, nome também hebraico, que significa “estrela” e que dá a entender que a pessoa que tem tal nome é uma “pessoa cativante, charmosa e sensual” (apud http://www.iremar.com.br/index.php?q=Ester&con=conexao&inc1=header&inc2=footer&banner=rodape&site=nomes Acesso em: 06 jun. 2007).
- O texto sagrado não diz o motivo destes dois nomes, mas entendem os estudiosos da Bíblia que o nome de Ester deve ter sido dado a Hadassa pelos funcionários do rei quando a levaram para a casa do rei da Pérsia. Por ser moça bela de parecer e formosa à vista, foi-lhe dado o nome de “Ester”, que é, certamente, a versão hebraica do nome persa que se lhe deu e cujo significado era “estrela”. Há, mesmo, um comentário bíblico antigo, feito ainda em aramaico (chamado “targum”) que diz que o nome dado a Ester era em homenagem à deusa da beleza, “Istar” ou “Aster”, cujo significado é, precisamente,o de “estrela”.
- Ester vivia na companhia de seu primo e pai de criação, em pleno anonimato, quando é levada pelos funcionários reais, sob o comando de Hegai, o responsável pelas mulheres do rei da Pérsia (Et.2:8,15), para a casa do rei, diante da ordem real para que se levassem à sua presença todas as moças virgens e formosas à vista a fim de que fosse escolhida uma nova rainha, tendo em vista que Vasti, que era a rainha da Pérsia, havia sido destituída por Assuero, já que se negara a comparecer diante dos seus convidados em uma longa festa real, o que foi considerado como verdadeiro crime de lesa-majestade, ou seja, crime cometido contra o soberano  e contra a própria organização social (Et.1:16-22).
- De uma hora para outra, a pacata cativa órfã se vê dentro da casa do rei. Em virtude de sua formosura e beleza, Ester logo adquiriu o favor de Hegai, passando a ter o melhor lugar da casa das mulheres (Et.2:9). Embora estivesse naquela posição por causa da sua aparência física, Ester logo revelou não ser apenas bela sob este ponto-de-vista, mas, notamos no texto sagrado, que, além da beleza estética, possuía Ester, também, uma beleza espiritual, uma beleza interior. A Bíblia diz-nos que Ester não havia declarado nem a sua nacionalidade, nem a sua descendência, porque assim lhe havia determinado Mardoqueu, seu pai de criação (Et.2:10).
- Como já vimos, Mardoqueu exercia funções no governo da Pérsia, funções estas relacionadas com o palácio do rei, provavelmente vinculadas à segurança pessoal do rei ou do palácio, fez que sempre o encontramos assentado na porta do rei (Et.2:19,21; 3:2,3; 4:2,6; 5:9,13; 6:10,12). Assim, seria natural que uma menina órfã, que tinha grande admiração pelo seu pai de criação, diante da oportunidade ímpar de se tornar rainha da Pérsia, buscasse desfrutar de alguma “influência” diante desta posição de Mardoqueu. Entretanto, Mardoqueu lhe havia mandado que não dissesse nem a nacionalidade, nem a sua parentela e ela prontamente lhe obedeceu.
- Por este gesto de obediência, que poderia custar até mesmo a sua sorte, que, aparentemente, lhe trazia prejuízo, vemos como Ester era, antes de tudo, uma moça fiel a Deus e a Sua Palavra. O primeiro mandamento com promessa é o de honrar pai e mãe (Ex.20:12; Dt.5:16; Ef.6:1,2), mandamento este cuja observância foi realçada pelo próprio Senhor Jesus (Mt.15:3-6), realce este que é intensificado pelo próprio exemplo de vida que Ele nos deixou (Lc.2:51). Não há como entender pessoas obedientes ao Senhor, se não são capazes de obedecer aos seus próprios pais, apesar do mandamento bíblico neste sentido. Não é por acaso que, nos dias difíceis em que vivemos, uma das principais características desta “geração perversa” (At.2:40) é a de serem “desobedientes a pais e mães” (II Tm.3:2).
- Ester, porém, era uma pessoa obediente a seu pai, apesar de ser um pai de criação(Et.2:20). Ester demonstrava toda a sua piedade, todo o seu amor a Deus e à Sua Palavra neste gesto simples de obediência, sendo de se ressaltar que, pela narrativa bíblica, nem mesmo o rei soube a sua nacionalidade e a sua parentela a não ser quando Mardoqueu lhe permitiu, ou até, ordenou que houvesse tal revelação. Pareceria sem sentido e sem qualquer propósito esta ordem de Mardoqueu, mas Ester não a questionou e, mesmo rainha, sempre obedeceu a seu pai de criação, que continuou a ser tão somente o “porteiro do rei”. Que exemplo de observância dos mandamentos bíblicos, que exemplo de submissão e de respeito ao outro, entendido este outro aqui não somente como Mardoqueu, mas o próprio Deus. Não nos esqueçamos do que diz o Senhor Jesus: “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos.”(Jo.14:15). Como está o nosso relacionamento com os nossos pais, mesmo os pais sociais, os pais de criação?
- Esta mesma obediência que Ester demonstrou ter com Mardoqueu, também se repetiu com relação a Hegai, em cujas graças havia caído (Et.2:9). Em vez de se favorecer da predileção do funcionário real, Ester preferiu aprender com Hegai e seguir-lhe todas as instruções, esforçando-se por aprender os costumes do palácio, o que não deveria ser fácil para uma moça pacata e que, até há pouco tempo, nem pai nem mãe tinha. Ester procurava agradar a todos, comportar-se exemplarmente e, por isso, alcançava graça aos olhos de todos os que a cercavam (Et.2:15).
- Esta atitude de Ester mostra-nos como, antes de mais nada, tratava-se de uma pessoa que buscava bem relacionar-se com o outro, com o próximo. Vivia Ester num ambiente de acirrada competição, pois todas as moças que ali se encontravam pretendiam ser a nova rainha. Eram concorrentes umas das outras e, dentro de um quadro deste, seria natural que cada uma tentasse o bem para si próprio, tentasse sobressair dentre as demais, inclusive prejudicando e eliminando concorrentes de seus caminhos. O texto bíblico é muito sucinto, mas, pela história, sabemos como eram comuns as armadilhas, as difamações, as “fofocas” num lugar como o harém real, em especial no momento em que Ester o habitou, quando se tratava de escolher a nova rainha. No entanto, Ester não se conduziu egoisticamente, não visou os seus próprios interesses, mas, sem deixar de se esforçar para alcançar o prêmio, que era o de tornar-se rainha, tanto que aprendeu todas as lições que lhe deu Hegai, jamais deixou de fazer o bem a quem estava à sua volta, alcançando graça aos olhos de todos.
- O salvo deve ser uma pessoa da mesma natureza. Assim como o nosso Senhor, que andou fazendo bem (At.10:38), os servos do Senhor devem, também, fazer o bem a todos os homens. “Fazer o bem sem olhar a quem”, como diz conhecido dito popular. Assim como nos dias de Ester, vivemos tempos de acirrada concorrência. Apesar do progresso tecnológico, das grandes conquistas da humanidade, as oportunidades são cada vez mais raras e difíceis em o nosso mundo. A concentração de renda é gritante e o número de pessoas que são excluídas das comodidades do progresso aumenta a cada dia e instante.
- Dentro de uma circunstância desta, somos ensinados e levados a ter um comportamento individualista, egocêntrico, voltado para nós mesmos e, quando muito, para as pessoas mais próximas à nossa volta. Este individualismo crescente foi profetizado na Bíblia e tem contaminado a muitos que cristãos se dizem ser. Jesus, mesmo, disse que, nos dias imediatamente anteriores à Sua volta, os homens se trairiam uns aos outros e uns aos outros se aborreceriam (Mt.24:10). Nem mesmo o sentimento familiar resistiria a este “salve-se quem puder” (Mt.10:21,36; Lc.21:16). Os homens de nosso tempo são “amantes de si mesmos” (II Tm.3:2) e o curso deste mundo impele-nos a agir do mesmo modo para podermos sobreviver.
- Entretanto, não podemos seguir mais o curso deste mundo (Ef.2:1-6), nem nos conformarmos a ele (Rm.12:2). Devemos agir como Ester: sem deixar de fazer a nossa parte, procurando nos preparar para os desafios que nos apresentam em todos os aspectos de nossa vida (profissional, educacional, familiar, entre outros), jamais devemos abandonar o amor ao próximo, a consideração do outro, o “altruísmo”, sempre fazendo bem, pois, quem pode fazer o bem e não o faz, peca (Tg.4:17) e quem peca, não viu nem conheceu a Cristo, nEle não permanece (I Jo.3:6), não é nascido de Deus (I Jo.5:18).
- Em meio à impiedosa e implacável concorrência dos dias de hoje, notadamente no âmbito profissional, devemos agir de modo a que alcancemos graças aos olhos dos outros. Isto significa que não podemos, de modo algum, tentar prejudicar os nossos concorrentes, “puxar-lhes o tapete”, como costuma dizer o povo.
- Isto significa que não devemos, também, desejar mal ao próximo, ainda que seja nosso concorrente, pois, se somos salvos, queremos bem a todos, porque somos benignos (I Co.13:4,5). Este querer bem é tão amplo que, inclusive, nos impede de nos contentarmos quando o concorrente se prejudica (Pv.24:17,18).
- Isto significa que não podemos suspeitar mal de pessoa alguma e que não podemos nos envolver em intrigas ou agir com desconfiança, pois o amor não suspeita mal (I Co.13:5), ou seja, devemos vigiar para que não entremos em embaraços, artimanhas, que nossa imaginação seja levada a conceber atitudes e a efetuar verdadeiros “ataques preventivos” nem os nossos relacionamentos, levando-nos a iras, pelejas e dissensões que somente nos desgastarão e comprometerão nosso testemunho de servos do Senhor.
OBS: Recentemente, por ocasião da comemoração dos 40 anos da Guerra dos Seis Dias, o confronto bélico em que Israel teve grande vitória sobre os árabes e lhe trouxe a cidade de Jerusalém integralmente sob seu domínio, militares de ambos os lados chegarão à conclusão de que nenhum dos exércitos envolvidos queria a guerra, mas que todos foram levados à guerra por causa das desconfianças, das más suspeitas de cada lado. Quantas vezes isto não acontece em nossas vidas?
- Isto significa que temos de ajudar a quem nos pede ajuda, ainda que esta ajuda signifique o bem daquela pessoa em detrimento de nós mesmos, ainda que esta ajuda não nos seja reconhecida. Que nosso sentimento seja o mesmo do apóstolo Paulo: “Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado”( II Co.12:15). Devemos andar fazendo bem e Ester certamente o fazia e, por isso, achava graça diante de todos na “casa das mulheres”.
- O resultado desta obediência e altruísmo de Ester foi a sua escolha como rainha. Assuero teve a graça e a benevolência do rei, numa comprovação da chamada “lei da ceifa”(Gl.6:7), uma das leis divinas que muitos têm negligenciado e se esquecido nestes dias tribulosos em que vivemos. Como demonstrava graça aos outros, como era benevolente aos outros, Ester foi tratado com graça e benevolência por Assuero e alcançou a posição de rainha. Quantas concorrentes não criaram intrigas, artimanhas e ciladas para se tornar rainhas? Mas não alcançaram a bênção, pois só aqueles que servem a Deus alcançam o que de mais precioso existe para um mortal: a vida eterna. Temos corrido convenientemente a carreira que nos está proposta?
- A escolha de Ester deu, como resultados imediatos, uma nova festa real, bem como repouso a todo o reino da Pérsia (Et.2:28). Assuero foi um rei belicoso, diz-nos a história, que tentou, em vão, conquistar a Grécia para o Império Persa, tendo tido grande derrota. Recolhido em seus domínios, Assuero havia convocado uma grande festa, que resultara na afronta de sua própria rainha. Desde então, não acontecera qualquer outra festa. Naquele tempo, isto era sinal de que não havia contentamento da parte e, quando o rei não estava contente, a população deveria temer, visto que, como dizia Salomão, pois “o furor do rei é como um mensageiro da morte” (Pv.16:14a) e “na luz do rosto do rei está a vida, e a sua benevolência é como a nuvem de chuva serôdia.”(Pv.16:15). Não é à toa que, quando Herodes se perturbou, toda a Jerusalém se perturbou com ele (Mt.2:3).
OBS: A propósito, a história revela que Assuero foi um rei temperamental, extremamente volúvel e impulsivo, o que foi a principal causa de seus insucessos militares. Diz-se que, por causa de sua impetuosidade, mandou executar, após uma derrota naval, o comandante dos navios fenícios, que havia contratado e, como resultado disto, acabou tendo a deserção de toda a marinha fenícia que estava a seu serviço.
- Assim, quando convocou uma festa para celebrar seu casamento com Ester, Assuero demonstrou que a alegria havia voltado à sua vida, o que representava, certamente, um alívio para a população daquele vasto império. Vemos, pois, que Ester se apresentou, de pronto, como uma bênção para todo o reino, um motivo para contentamento e alegria de todas as cento e vinte e províncias desde a Índia até a Etiópia, que se encontravam sob o cetro de Assuero. O bom testemunho de Ester resultara em alegria, felicidade e contentamento para todo o Império Persa.
- De igual modo, o bom testemunho do cristão é, hoje, motivo de alegria e contentamento para todos aqueles que estão à nossa volta. Se o mundo não se deteriorou de vez, se a podridão ainda não se estabeleceu por completo sobre a face da Terra, é porque ainda existe um povo que serve a Deus e que dá motivo a alguma alegria, esperança e felicidade para toda a humanidade. Um povo que, por ter o Espírito Santo habitando nele (Jo.14:17), tem alegria como uma das qualidades de suas ações (Gl.5:22), pois é Este que habita nele que resiste ao mistério da injustiça (II Ts.2:6,7). Nossa vida tem trazido alegria espiritual ao ambiente que nos cerca, ao nosso “Império Persa”?
- Mas, além de ter havido uma festa quando da coroação de Ester, a Bíblia nos diz que, após esta coroação, seguiu-se um período de repouso no Império (Et.2:18). Como já dissemos, Assuero passou para a história como um guerreiro, um rei voltado para conquistas militares, mas, em chegando Ester, houve uma mudança no “estado do rei”. Assuero tornou-se pacífico, aquietou, passou a ter mais tranqüilidade. Recebeu paz. Ester era o motivo desta instauração de paz no Império. Ester era uma serva de Deus, o Deus que é paz (Jz.6:24), paz que é dada única e exclusivamente por Deus (Is.26:12), paz que é resultado de nossa união com o Senhor (Jó 22:21).
- O verdadeiro cristão produz paz, pois esta é uma das qualidades que caracterizam as suas boas obras (Gl.5:22). O servo de Deus autêntico, como é filho de Deus, é um pacificador (Mt.5:9), até porque recebeu a paz diretamente de Cristo (Jo.14:27). Temos trazido paz ao ambiente em que vivemos, em que estamos? Somos pacificadores, apaziguamos aqueles que estão à nossa volta? Ou nossa conduta tem gerado a mesma decepção que teve o apóstolo Paulo em relação aos crentes de Corinto (I Co.6:7)?
- O bom testemunho de Ester, portanto, aliado a sua formosura e beleza, foi o grande responsável por tornar uma órfã cativa na rainha da Pérsia. Mas tudo isto era um propósito divino para a salvação não do Seu povo, mas de toda a humanidade.
II – A BIOGRAFIA DE ESTER (II) – UMA RAINHA QUE SE TORNOU INSTRUMENTO DIVINO PARA A SALVAÇÃO DA HUMANIDADE
- No trono, a agora rainha Ester não alterou a sua conduta. Diz-nos a Bíblia que, mesmo após sua coroação, Ester continuou a obedecer ao seu pai de criação, Mardoqueu, não declarando a sua nacionalidade nem a sua parentela (Et.2:20). “O sucesso não subiu à cabeça”, como diz conhecido dito popular. Ester manteve a sua humildade, não se ensoberbeceu, apesar da vitória alcançada.
- Muitos, em nossos dias, não têm esta postura. O presente século é habitado por “homens orgulhosos” (II Tm.3:4), pessoas que, assim que atingem uma posição vantajosa na sociedade, no seu local de trabalho e, até mesmo, na igreja local, esquecem-se de que são pó (Sl.103:14), de que são como a flor da erva (I Pe.1:24), que é menos do que nada (Is.41:24), passando a agir com arrogância, como verdadeiros “donos do mundo”, humilhando o próximo, prejudicando a todos quantos estão à sua volta. O resultado destes que se exaltam é o pior possível: serão abatidos repentinamente, por uma direta ação divina, pois a Palavra de Deus é bem clara: “A soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra”(Pv.29:23). Quem não tem humildade, é visitado pelo próprio Deus. Quem o diz é o Senhor, em Seu diálogo com Jó: “Olha para todo soberbo, e humilha-o, e atropela os ímpios no seu lugar” (Jó 40:12).
- O livro de Ester, a propósito, é um exemplo cabal disto que estamos a falar, pois mostra o contraste entre Ester, que mantém a sua humildade e submissão a seu pai de criação e, sobretudo, a Deus, mesmo no trono e Hamã, a nova personagem que aparece no capítulo 3 do livro, cuja soberba e arrogância farão com que seja levado a ser enforcado na forca que ele próprio preparara para Mardoqueu.
- Após o repouso causado pela coroação de Ester, conta-nos o texto sagrado que se inicia uma grande tribulação na vida não só de Ester mas de todo o povo judeu. Assuero decidiu exaltar Hamã, um agagita, ou seja, um descendente de Agague, rei dos amalequitas, tradicional povo inimigo do povo judeu e que já deveria ter sido destruído da face da Terra, não fora a desobediência de Saul (I Sm.15:8,9). Vemos, assim, de pronto, como a desobediência a Deus deixa suas conseqüências e vestígios que, após séculos, ainda podem prejudicar o povo do Senhor.
- Hamã, apesar de toda a sua exaltação por parte do rei Assuero, que o tornou a maior autoridade da Pérsia depois do rei, não estava contente, pois não admitia que Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava diante de Hamã, como havia sido ordenado por Assuero(Et.3:2-4). É interessante observar que Mardoqueu, um homem que havia sempre sido submisso e leal ao rei, que havia tão bem educado a Ester no que respeita à obediência, abertamente desatendia ao mandado do rei, traspassando-o. E por que o fazia? Porque, nesta matéria, o rei Assuero havia ultrapassado os limites de sua autoridade real.
- Como rei, era Assuero, embora não o admitisse, tão somente uma pessoa constituída por Deus para fazer o bem a toda a população de suas cento e vinte e sete províncias (Rm.13:4). Todo governante deve ser respeitado e cada um deve obedecer-lhe, pois resistir à autoridade é o mesmo que resistir a Deus (Rm.13:1,2). No entanto, trata-se de uma “autoridade”, ou seja, pessoa que tem a autorização de outrem, “in casu”, do próprio Deus, para exercer as suas funções. Deus não admite que Sua glória seja repartida com quem quer que seja (Is.48:11b) e, por isso, nenhuma autoridade pode determinar que alguém seja adorado ou venerado como se fosse um deus. Era o que Assuero havia determinado em relação a Hamã e Mardoqueu, sendo um fiel servo do Senhor, não podia, pois, atender a esta ordenança, feita, para se utilizar de uma expressão jurídica atual, em “abuso de poder”, em “abuso de autoridade”.
- Hamã, escravo que era da soberba, pecado terrível e que se constitui numa das três características que existem no mundo (I Jo.2:16), ao saber da recusa de Mardoqueu em venerá-lo ou adorá-lo, logo se tornou um instrumento de Satanás. Decidiu que não só mataria Mardoqueu, mas eliminaria todo o seu povo, pois sabia que Mardoqueu era judeu e que, ao não se prostrar diante dele, nada mais fazia que cumprir a lei de Moisés. Após o repouso proveniente da coroação de Ester, o adversário do povo de Deus já arquitetava uma forma de destruir Israel e, com isso, impedir que a humanidade pudesse ser salva, pois, se Israel fosse destruído, não poderia nascer o Salvador, pois a salvação viria dos judeus (Gn.12:3; Jo.4:22; Gl.3:16).
- Diz conhecido dito popular que “depois da tempestade, vem a bonança”. Na vida espiritual sobre a face da Terra, podemos dizer que esta não é a visão completa. Se depois da tempestade, vem a bonança, enquanto Jesus não voltar para buscar a Sua igreja, continuaremos a ter depois da bonança, novas tempestades. O Senhor alertou-nos de que no mundo teríamos aflições (Jo.16:33) e que o nos restaria fazer era ter bom ânimo e combater o bom combate até acabar a carreira.
- Ester não havia sido guindada à posição de rainha à toa. O Senhor, na Sua presciência, sabia que Israel correria o risco de desaparecer e, como tinha compromisso com a Sua promessa de salvar a humanidade, feita ainda no Éden (Gn.3:15), não poderia permitir que o povo judeu fosse completamente destruído. Deus dá o escape (Sl.71:2; I Co.10:13), mas não nos impede de passar as dificuldades. Lembremo-nos de que, na vida debaixo do sol, sempre haverá o dia bom e o dia mau (Pv.16:4).
- Hamã, diante do seu prestígio, logo conseguiu do rei Assuero a ordem para a destruição completa do povo judeu (Et.3:7-15). Ao saber da notícia, Mardoqueu rasgou os seus vestidos e se vestiu de saco, claro sinal de humilhação e clamou com grande e amargo clamor pelo meio da cidade (Et.4:1). De igual modo, os judeus, quando recebiam a notícia da ordem de destruição, puseram-se a jejuar e a se humilhar (Et.4:3).
- Grande lição dá-nos o povo judeu. Ante a perseguição, a ameaça concreta de completa destruição, os judeus voltaram-se para Deus, a fim de alcançar a sua libertação. Em território estrangeiro, longe do templo, em vez de se armarem, em vez de se rebelarem ou buscarem junto ao rei, mediante artimanhas políticas, a revogação da sua ordem, os judeus preferiram clamar a Deus, pois dEle é que sabiam viria o socorro (Sl.121:1). Nós, que temos uma revelação completa de Deus, bem ao contrário dos judeus dos tempos de Ester, que viviam ainda na sombra e figura das realidades eternas (cf. Hb.10:1), temos agido da mesma forma? Quantos são aqueles que, em vez de recorrerem a Deus, através do jejum e da oração, preferem as artimanhas políticas, os “conchavos”, e, até mesmo, a luta armada, a revolta e a sedição como caminho para tentar obter da autoridade algum favor ou direito. Povo de Deus, o nosso socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra!
OBS: Neste sentido, devemos ressaltar a postura recente de Júlio Severo, escritor evangélico, que, além de ter sido um dos protagonistas do movimento contra a aprovação do projeto de lei de criminalização da homofobia, tem insistido que a vitória não virá da mobilização intensa que tem sido feita, mas, sobretudo, de oração e jejum por parte da Igreja brasileira.
- Neste ponto, vemos uma falha na vida de Ester. Embora fosse certo que a rainha não deveria declarar a sua nacionalidade nem a sua parentela, em obediência ao mandado de seu pai de criação, Mardoqueu, não se pode deixar de observar que se manteve indiferente a todo o clamor do seu povo. Mardoqueu, embora fosse funcionário do rei, trabalhasse em seu palácio, não se intimidou de vestir saco e de clamar, pela cidade, diante da iminente destruição do seu povo. Ester, porém, manteve-se alheia a tudo o que se passava, somente passando a jejuar e orar quando Mardoqueu lhe exigiu uma postura (Et.4:7-11).
- A indiferença, a inatividade, a timidez têm sido grandes adversários de muitos cristãos na atualidade. Apesar de terem uma posição privilegiada na sociedade, no local de trabalho, na vizinhança, na escola e na igreja local, muitos se calam, apresentam dificuldades formais e relacionadas com a própria estrutura humana das instituições para nada fazerem em prol do povo e da obra de Deus. Assim como Ester, apresentam justificativas para nada fazer. Ester alegou a Mardoqueu que o rei não a chamava há trinta dias e que se se apresentasse diante do rei sem ser chamada, corria sério risco de morte, o que, considerava ela, não era razoável.
- Assim muitos também têm procedido. Consideram que não podem pôr em risco a posição que têm, posição que, afinal de contas, é resultado de uma bênção divina nas suas vidas. Esquecem-se, porém, que não estão ali para manterem esta posição, para serem beneficiários dela, mas para ali realizar a obra de Deus. Cada um de nós é membro do corpo de Cristo e estamos neste mundo para fazer a vontade de Deus. Não há qualquer sentido em nossas vidas quando pensamos em Cristo única e exclusivamente para satisfação de nossos interesses ou para as coisas desta vida. Se assim procedemos, seremos os mais miseráveis de todos os homens (I Co.15:19).
- Quantos, nos dias em que vivemos, agarram-se às coisas desta vida, agem tão somente para manter e conservar as suas posições, o seu “status” na sociedade, deixando de se comprometer com a obra do Senhor, nem sequer se importando com o que se passa em termos de reino de Deus e sua justiça. Correm apenas atrás de comida, bebida e vestido, conforto e comodidade, como qualquer gentio (Mt.6:32). Amam mais a glória dos homens do que a glória de Deus (Jo.12:43) e o resultado disto é que destinados estão à perdição eterna, pois quem não confessa o Senhor, também não terá a Sua confissão naquele dia (Mt.10:32,33; I Jo.2:23).
- Ester apresentou a justificativa mais plausível que alguém pode apresentar, qual seja, a sua própria vida. Não seria irrazoável exigir-se de Ester que pusesse a sua vida em risco? Como exigir dela, que nunca declarara sua nacionalidade nem sua parentela, quando isto lhe poderia ser vantajoso, fazê-lo neste instante em que havia condenação à morte para todos os judeus? Não teria ela sido colocada no trono precisamente para manter a nação judia viva, por meio de seus descendentes?
- Todas estas justificativas, porém, eram apenas subterfúgios, formas de se escapar ao dever que se exige de quem pertence ao povo de Deus, pois o sentimento que deve haver no servo de Deus é o do comprometimento prioritário com a obra do Senhor e com o Seu povo. Mardoqueu fez ver a Ester que, se ela não se empenhasse em lutar pela sobrevivência do Seu povo e pela continuidade da promessa divina sobre Israel e sobre a humanidade, salvação viria de outra parte, pois Deus era fiel, mas a indiferença, a omissão, a timidez da rainha não ficariam sem o devido castigo (Et.4:13,14).
- Nos dias em que vivemos, não é diferente. Se não nos dispusermos a fazer a obra de Deus, a nos comprometermos com a pregação do Evangelho e a salvação das almas, por causa das posições que tenhamos nesta vida debaixo do sol, nossa omissão não deixará de ser levada em conta pelo Senhor. Não existe neutralidade na dimensão espiritual: ou servimos a Deus, ou não O servimos. Ou ajuntamos com o Senhor, ou espalhamos (Mt.12:30; Lc.11:23). Nem mesmo a preservação de nossa vida é impecilho para servirmos a Deus. O apóstolo Paulo foi claro ao afirmar: “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At.20:24). O verdadeiro e genuíno servo do Senhor vive o que foi dito pelo mesmo apóstolo: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp.1:21). Como disse o Senhor: “… qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará” (Mc.8:35).
- Ester, uma vez mais, foi obediente e, na obediência está o segredo da vitória. Abandonou o seu indiferentismo, pediu a intercessão dos judeus e iniciou três dias de oração e jejum, decidida a arriscar a sua vida a fim de obter a salvação do seu povo (Et.4:16). Vemos aqui algumas lições importantes que nos dá a rainha dos persas. A primeira lição é de que se deve, sempre, ouvir os conselhos dos servos de Deus, deve-se sempre ouvir a repreensão daqueles que nos querem bem. “Ouve o conselho e recebe a correção, para que sejas sábio nos teus últimos dias” (Pv.19:20). Como é bom mudarmos nossas atitudes, conformando-as à Palavra do Senhor.
- A segunda lição que Ester nos dá é a de pedir a intercessão do povo de Deus. Devemos compartilhar com o povo do Senhor as nossas necessidades (Rm.12:13). Não vivemos sozinhos sobre a face da Terra e devemos pedir a ajuda dos irmãos em Cristo, dos verdadeiros irmãos, daqueles que são santos, vivem separados do pecado, para que nos ajudem em oração. Esta é uma das tarefas da igreja local: orar uns pelos outros, ajudar uns aos outros (Tg.5:16; Is.41:6).
- A terceira lição que Ester nos dá é a de não só pedir a intercessão do povo de Deus, mas de ela própria, juntamente com suas moças, orar e jejuar antes de entrar na presença do rei. Não basta pedirmos oração, é preciso que também oremos. Como são numerosos os crentes que apenas pedem oração, fazem questão de escrever seus pedidos de oração para serem lidos nas reuniões, põem suas necessidades nos “cadernos de oração”, mas eles próprios não oram. São os conhecidos “crentes de carona”, porque vivem na carona das orações intercessórias dos outros. Esquecem-se, porém, que ninguém levará outrem de carona ao ultrapassar os portões celestiais…
- A quarta lição que nos dá Ester é a de que era uma pessoa que, com seu testemunho, havia levado os seus a servirem a Deus. As suas moças, apesar de serem gentias, haviam se convertido a Deus, caso contrário não orariam nem jejuariam com Ester. Ester mantinha um bom testemunho e seu testemunho havia levado os que a cercavam, as suas moças, a serem, também, fiéis a Deus. Com seu exemplo, Ester ganhava almas para o reino do Senhor. O que o nosso exemplo tem gerado em termos espirituais?
- Após esta preparação espiritual, Ester vestiu-se de vestidos reais, pôs-se no pátio interior da casa do rei, em frente ao seu aposento(Et.5:1). Embora soubesse da importância e prioridade da preparação espiritual, por meio de jejum e oração, Ester não descuidou dos aspectos materiais da questão. Para se apresentar diante do rei, deveria estar bem vestida, realçando a sua beleza natural e se mostrando agradável. Não iria vestir-se de saco, apesar da situação em que estava. Não iria, também, apresentar-se com semblante caído, ainda que tivesse ficado três dias em jejum e oração. Tinha de ter aparência alegre, a fim de alcançar graça aos olhos de Assuero, para que fosse possível a salvação do seu povo.
- Alguns até oram e jejuam, mas não fazem a sua parte na luta contra o mal e contra as adversidades da vida. Esquecem-se de que Deus nos quer ver parceiros nas Suas realizações e que, mesmo não precisando de nós, pelo Seu grande amor faz com que nos tornemos participantes das Suas obras. Assim, embora pudesse dos altos céus pregar o Evangelho, deixou esta tarefa para a Igreja. Embora pudesse ressuscitar Lázaro sem que a pedra fosse removida, mandou que os homens que ali estavam a removessem. Estamos fazendo a nossa parte?
- Assuero não resistiu a Ester e apontou a ela o cetro de ouro, garantindo-lhe a vida. Ester, mulher prudente, quando recebeu a oferta de até metade do reino, nada pediu, a não ser a presença do rei e de Hamã em um banquete. Ester não foi precipitada, mas, em consagração, sabia que deveria conduzir-se com cuidado e discrição, para obter a bênção. O momento era de iminente destruição, mas apressar-se, afobar-se nunca foi uma conduta que caracterizasse o servo de Deus, que, como seu Senhor, deve ser paciente e longânimo. Ester convidou o rei e Hamã para o banquete e o rei prontamente aceitou o convite.
- Observemos, a propósito, a extrema cautela de Ester, tratando o rei com toda a reverência que lhe era devida, mantendo-se na sua posição de rainha, num país onde havia sido decretado que todo homem era senhor em sua casa (Et.1:22). Mesmo tendo sido apontado o cetro de ouro para si e oferecida metade do reino, Ester não deixou sua posição, mostrando a consciência de que a autoridade era do rei e que tudo era questão de concessão e de ter graça, ou seja, favor imerecido diante de Assuero (Et.5:8).
- Assuero aceitou o convite e convocou Hamã para que estivesse presente. A arrogância de Hamã, então, atingiu o seu máximo degrau. Convidado que fora pela rainha, achou ser o mais importante de todos os homens sobre a face da Terra. Ninguém haveria de compartilhar a intimidade da rainha além do rei senão ele. Hamã envaideceu-se ainda mais, mas, como todo homem maligno, continuava a ter ódio de Mardoqueu, o porteiro do rei que vestido de saco chorava a própria desgraça e a de seu povo. Vemos, assim, como o orgulho cega as pessoas: Hamã tinha tudo, mas era um insatisfeito por causa do ódio que tinha a Mardoqueu. Que miséria a do homem sem Deus e sem salvação!
- Ester dá, então, o banquete, mas, dentro de sua prudência e cautela, nada revela ao rei na primeira noite. Apenas serve a ele e a Hamã com toda a presteza e pede para que tornem no outro dia. Ao agir assim, Ester estava sendo dirigida pelo Espírito de Deus, visto que, no dia seguinte, Deus providenciaria a devida honra a Mardoqueu diante de Hamã.
- Há, aliás, um nítido contraste entre a prudência e cautela de Ester e a precipitação de Hamã. No dia seguinte ao do banquete, quando Hamã se apresentou diante do rei, ao ser interpelado sobre o que se deveria fazer a cuja honra o rei se agradava, Hamã, que, no seu orgulho e presunção, a ninguém enxergava senão a si mesmo, descreveu uma série de honrarias, achando que as teria. Para sua surpresa, tudo quanto planejou e intentou foi destinado para Mardoqueu, tendo o próprio Hamã tendo de realizá-lo. Assim é a vida: aquele que tenta prejudicar o fiel, acabará por tudo fazer para a exaltação do servo do Senhor.
- No segundo banquete, então, Ester denuncia Hamã, sabendo que era o momento propício para tal. Certamente, vira a forca que fora construída por Hamã com o objetivo de matar Mardoqueu e tivera conhecimento de como Mardoqueu fora exaltado naquele dia. Diante de tais fatos, sabia que chegara o momento para que intercedesse pelo seu povo e assim se fez. Denunciado, Hamã se desesperou e acabou sendo enforcado na própria forca que mandara fazer e Mardoqueu foi posto em seu lugar. Como se não bastasse, Assuero, que não podia revogar a sua lei, permitiu que os inimigos dos judeus fossem destruídos antes da data marcada para a destruição do povo judeu e o povo judeu acabou sendo exaltado no meio do Império Persa, nunca mais correndo qualquer risco sob este domínio. O povo de Deus fora preservado e, com ele, o plano divino para a salvação do homem, pois, graças a esta preservação, menos de 500 anos depois nasceria o Cristo para tirar o pecado do mundo.
- Para celebração desta grande libertação do povo, instituiu-se, então, a festa de Purim (Et.9:20-32), que é comemorada pelos judeus até a presente data, nos dias catorze e quinze do mês de Adar, mês que corresponde aos nossos meses de fevereiro ou março. Ester tornara-se, assim, um instrumento divino para a salvação de seu povo, um instrumento divino para a salvação da humanidade, pois a preservação do povo judeu representou a preservação da “posteridade de Abraão” que tornaria benditas todas as famílias da Terra.
IV – O QUE APRENDEMOS A FAZER COM ESTER
- Dentro da linha que tomamos desde o início do trimestre, diante do objetivo estabelecido de aprimorarmos nosso caráter através do estudo das personagens bíblicas, vejamos o que podemos aprender com Ester para melhorarmos nossos caminhos.
- A primeira lição que Ester nos dá é a da obediência aos pais. O primeiro mandamento com promessa foi integralmente cumprido por Ester. Por ter tido uma excelente educação com Mardoqueu, Ester pôde ser obediente não só a seu pai de criação, mas a Hegai e a Assuero, o que foi fundamental para que alcançasse a salvação de seu povo e da sua própria vida.
- Como vimos supra, os dias em que vivemos são dias de desobediência a pais e mães, dias em que se prega abertamente a “independência” para crianças, adolescentes e jovens, dias em que o desprezo para com os pais é a regra geral. No entanto, somente por meio da obediência aos pais teremos uma vida quieta e sossegada, uma vida abençoada por Deus.
- A segunda lição que Ester nos dá é que, nesta obediência e submissão, há o altruísmo, que é a virtude sobrelevada pelo ilustre comentarista nesta lição. Somente obedecemos ao outro quando o consideramos, quando o levamos em conta, quando reconhecemos a sua importância. Ester, mesmo quando era apenas uma órfã cativa, mas também quando se tornou na rainha da Pérsia, sempre considerou os outros superiores a si mesmo (Fp.2:3), guardando o seu lugar, mas não se fechando em si mesma, buscando sempre o bem-estar dos outros.
- O verdadeiro crente é altruísta, pois tem o mesmo sentimento de Cristo Jesus, “…que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz (Fp.2:6-8). Negar-se a si mesmo e viver em função do outro é o primeiro requisito para servirmos a Cristo (Mc.8:34; Lc.9:23). Já foi dito supra que quem quiser viver para si, acabará perdendo a própria vida. Ester dá-nos um exemplo: alcançou uma posição inimaginável não só na sociedade da sua época, mas diante de Deus, única e exclusivamente porque não viveu em função de si própria, mas em função dos outros. O amor divino é demonstrado em nós na medida em que não buscamos apenas os nossos interesses (I Co.13:5).
OBS:  Lembremo-nos aqui das palavras do rabino judeu Hilel, que viveu algumas décadas antes de Cristo e que, em seu pensamento, sintetiza o espírito judaico a respeito do altruísmo, que foi totalmente incorporado pelo Senhor: “Se não for por mim, quem será por mim? Mas se eu for só por mim, o que sou eu? E se não agora, quando?” (Pirke Avot 1:14).
- A terceira lição dada por Ester é a de que sempre buscou manter um testemunho que a fizesse diferente e distinta no ambiente em que se encontrava. Ester chamava atenção por sua beleza, mas era o seu comportamento que a fazia achar graça seja aos olhos do guarda das mulheres do rei, seja aos olhos do rei, seja aos olhos de suas moças. Ester tinha um testemunho exemplar e isto a tornava agradável e alvo da graça e da benevolência das pessoas. O cristão deve ser alguém que seja agradável, ou seja, que faça a diferença pelo seu comportamento distinto dos demais nos ambientes de que faz parte.
- Sejamos bem claros. Ester não se sobressaía porque procurava agradar a todos, vivendo como eles, pois não estamos aqui para agradar aos homens, mas, sim, para agradar a Deus (Gl.1:10). Ocorre que, quando agradamos a Deus, tornamo-nos agradáveis aos homens, faz bem aos homens estar na nossa companhia, ainda que, por causa disso, venhamos a sofrer perseguições e injúrias. Nossa presença sempre traz o bem e a paz aos que nos cercam e era isto que fazia com que as pessoas favorecessem Ester onde quer que ela estivesse.
- Uma prova de que Ester era uma pessoa cativante, que atraía as pessoas pelo seu modo de viver está no comportamento do próprio Mardoqueu que, embora tivesse mandado a Ester que não revelasse nem sua nacionalidade, nem sua parentela, não cessava de acompanhar o cotidiano de sua filha de criação, sempre buscando saber como ela estava (Et.2:11,19). O que significa a nossa presença para aqueles que nos cercam?
- A quarta lição que Ester nos dá é a relevância do comportamento de um servo de Deus. A escolha de Ester para rainha, como vimos, trouxe alegria e paz para o reino. Ester era um instrumento de bênçãos para todos quantos estavam sob a sua área de influência, ou, podemos mesmo dizer, era uma bênção para todos eles. Como filhos de Deus, temos a mesma promessa que Deus deu a Abraão: “tu serás uma bênção” (Gn.12:2 “in fine”). Temos sido uma bênção? Os crentes de hoje em dia querem ser ricamente abençoados, gostam de dizer que lhe foram prometidas todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo (embora utilizem, quase sempre, este versículo na sua incessante e incansável busca por bênçãos materiais…), mas se esquecem que o objetivo de Cristo é que eles mesmos sejam uma bênção para os que estão à sua volta. Sal da terra e luz do mundo, assim identifica Jesus os Seus discípulos. Que bênção temos sido para os que estão convivendo conosco debaixo do sol?
- A quinta lição que Ester nos dá é a referente à necessidade de preparação espiritual para que tomemos uma decisão. Antes de ir à presença do rei para pedir por seu povo, Ester jejuou e orou por três dias, pedindo, ainda, a intercessão dos judeus a seu favor. Ester sabia “…que não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef.6:12). Verdade é que muitos vêem o diabo em todos os lugares, o que não é correto, mas também é reprovável desprezar a atuação maligna, cada vez mais intensa e freqüente nos dias difíceis que estamos a viver.
- A sexta lição que Ester nos dá é a de que a preparação espiritual é necessária e prioritária, mas não é suficiente. Aquilo que podemos fazer, devemos fazer. Somente Ester poderia vestir os vestidos reais e se fazer graciosa aos olhos do rei. Ela era a rainha e deveria cativar o rei. A sua parte fez e o resultado foi que, com oração, jejum e devida preparação material, Ester alcançou o favor do rei e teve o cetro de ouro apontado para si.
- A propósito, esta situação narrada no livro de Ester tem uma aplicação espiritual direta. Temos nos apresentado com vestes reais diante do Rei dos reis? Temos comparecido convenientemente diante de Deus quando entramos em Sua presença? O escritor aos hebreus diz-nos que, quando nos chegamos a Deus, devemos nos apresentar com verdadeiro coração, inteira certeza de fé, os corações purificados da má consciência e o corpo lavado com água limpa (Hb.10:22). Porventura, são estas as nossas vestes, nós, que somos reis e sacerdotes para Deus e Seu Pai, lavados que fomos dos nossos pecados pelo sangue de Cristo (Ap.1:5,6)? Ou estamos como o sumo sacerdote Josué, com vestidos sujos (Zc.3:3)? Não nos iludamos: somente os que não contaminarem as suas vestes poderão entrar no reino de Deus.
- A sétima lição que Ester nos dá é a de que é preciso ter cautela e prudência, de estarmos sempre na direção do Espírito Santo. Ester, mesmo tendo a oferta de até metade do reino, soube esperar o momento certo para fazer a sua petição, o momento adequado, o momento sinalizado por Deus, depois da exaltação de Mardoqueu e da construção da forca por ordem de Hamã. “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Ec.3:1). Saibamos esperar no Senhor de modo paciente (Sl.40:1).
- Como ter prudência? Como saber qual é o tempo de Deus? A prudência, diz-nos a Bíblia, é a “ciência do Santo” (Pv.9:10), habita sempre com a Sabedoria (Pv.8:12), sabedoria esta que é o Senhor Jesus, o qual nos faz abundar em toda a prudência (Ef.1:8). Vemos, pois, que, para ter prudência, para saber qual é o tempo de Deus, precisamos habitar com Jesus, ter comunhão com Ele, conhecê-lO: “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito (Jo.15:7). O homem prudente é aquele que ouve e pratica as palavras do Senhor Jesus (Mt.7:24).
V – O QUE APRENDEMOS A NÃO FAZER COM ESTER
- Apesar de sua linda biografia, Ester, como todo ser humano, teve suas falhas e nelas, também, devemos aprender, como contra-exemplo, a fim de que não venhamos a praticar os mesmos erros.
- A primeira lição que aprendemos com Ester como contra-exemplo é a de que não podemos ser indiferentes ao que nos ocorre. Mardoqueu, ao saber do decreto do rei, rasgou os seus vestidos, clamou no meio da cidade e se vestiu de saco. Todos os judeus começaram a jejuar e orar bem como a lamentar o acontecido, mas Ester se manteve impassível, indiferente. A indiferença com a dor dos outros, notadamente do povo de Deus, é um grande mal que tem de ser evitado a todo custo. Jesus sempre teve compaixão do próximo(Mt.9:36; 14:14; 20:34; Mc.1:41; 6:34; 8:2; Lc.7:13) e, mesmo rejeitado pelo povo, chorou sobre Jerusalém (Lc.19:41), demonstrando toda a sua tristeza pelo mal que os próprios judeus chamavam para si.
- O verdadeiro e genuíno cristão, assim como o Senhor, deve ter a mesma compaixão de Deus (Rm.12:1), não sendo indiferente ao sofrimento, à dor do próximo, acudindo-lhe em todas as suas necessidades. Agir como o samaritano da parábola, como o pai do filho pródigo, este é o ensino de Jesus para todos nós.
- A segunda lição que Ester nos dá do que não fazer é o instinto de autopreservação, é a busca da salvaguarda da própria vida, o que podemos muito bem denominar aqui de covardia, de timidez. Quem busca salvar a sua vida e, para tanto, não faz a obra de Deus, não declara que é filho de Deus, não se envolve com as tarefas da Igreja está perdendo a sua vida. Ester correu risco de ela mesma vir a perder a sua vida, buscando guardá-la, mas, a tempo, seguiu o sábio conselho de Mardoqueu e, ao pôr a sua vida em risco por amor ao seu povo, ao povo de Deus, alcançou não só a sua sobrevivência, mas de todo o povo. Assim devemos também proceder: buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça, pois tudo o mais nos será acrescentado (Mt.6:33). Os tímidos ficarão fora do reino de Deus (Ap.21:8).
- A terceira lição de contra-exemplo que nos dá Ester, que está bem relacionada com a do instinto de preservação, é a do isolamento do meio do povo de Deus. Apesar de sua posição como rainha, Ester não poderia ter se isolado tanto do seu povo. Verdade que não poderia ter um relacionamento explícito, já que não declarara sua nacionalidade nem a sua parentela, mas era necessário ter se posicionado quando saiu o decreto do rei, antes que Mardoqueu a obrigasse a tanto. Tomar posições quando surgirem circunstâncias que nos obriguem a tanto, confessar publicamente o nome de Jesus é uma necessidade imperiosa a todos quantos se digam salvos na pessoa de Cristo. Mesmo que sejamos levados diante de autoridades, temos de confessar o nome de Jesus. Quem não O confessa, nega-O e, por isso, será também negado por Cristo diante do Pai (Mt.10:33). Lembre-se disto toda vez que estiver diante de uma circunstância em que precisemos confessar o nome do Senhor.
Colaboração para o Portal EscolaDominical: Prof. Dr. Caramuru Afonso Francisco.

Comentários

  1. Anônimo5/7/10 22:02

    Belo-Horizonte, 05 de julho de 2010.


    Cara
    Maria Rita,

    Venho lhe felicitar por seu texto esclarecedor e com profundidade cristã bem como de conhecedora dos fatos históricos, o que lhe agrega valor, não apenas estando no terreno dos achismos quotidianos.

    Aliar História, fatos verídicos e fé, é adicionar qualidade e profundidade à nossa argumentação.

    Parabéns pelo seu texto. Creio que soube colocar em prática o provérbio- A sabedoria é: Busca a sabedoria, de Shlomo.

    Aconcelharia somente, em referir-se a Ysra'el como Ysra'el e não como palestina. O nome palestina deriva de terra dos filisteus (philistim), que eram povos que viviam numa estreita costa de Ysra'el, ou canaã (do hebraico: lugar plano,; naturalmente pelo relevo), ao sul e à oeste, quase fronteira com o Egito. Uma parte muito, muito pequena daquela região. Com a invasão romana, eles chamaram toda a região de palestina, para combater e descaracterizar o nacionalismo judaico, que já tinha se pronunciado contra os gregos seleucidas (de Seleucia, Antioquia, seu porto) com a revolta anterior dos Macabi.

    Os filisteus eram originários dos povos do mar, em expansões marítimas no século 12, a.C., de cultura grega, como seus vasos cerâmicos e arquitetura denunciam. Ramsés III os combateu e acabaram aportando no que hoje é Gaza, sua antiga capital, invadida posteriormente pelos muçulmanos. Os filisteus também foram levados para o cativeiro babilônico, contudo jamais voltaram
    à sua terrra costeira: confiaram demasiado em seu deus com cabeça de peixe- Dagon.

    Parabéns outra vez mais,

    Cristiano Campos

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  2. Se vc prestar atenção não fui eu quem escreveu o texto, o nome do autor está no inicio e no fim do post... Mas agradeço seu comentário Cristiano.

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