O BRASIL E O CONCEITO DE BIOCIVILIZAÇÃO DE IGNACY SACHS


 O Brasil está vivendo um bom momento, do ponto de vista econômico, apesar de suas mazelas sociais, nas áreas de Educação, Saúde, Transporte e Segurança Pública, só para citarmos as áreas mais evidentes para a sociedade.
No entanto, esse crescimento econômico pelo qual o país está passando precisa de um novo olhar, a partir de um novo modelo civilizatório, calcado mais em inclusão social, ambientes sustentáveis e economias viáveis.
Infelizmente, esse pensamento não foi o dominante na Conferência Internacional Rio + 20, recentemente. O que prevaleceu entre os participantes líderes mais ricos foi a sua zona de conforto com relação aos seus próprios interesses econômicos...

Fotógrafo: Ubirajara Machado/MDA

Um “jovem” economista e cientista social, da Sorbonne, de 85 anos, polonês de nascimento e naturalizado francês e que sabe tudo sobre o Brasil, há muito tempo, Dr. Ignacy Sachs, defende essa corrente mais holística de pensamento global, traduzida no seu conceito de “biocivilização” ou “civilização da biomassa”, pois, segundo ele, o modelo econômico vigente das sociedades contemporâneas já se esgotou.
Sachs defende um novo modelo civilizatório calcado no trinômio: biomassa + biodiversidade + biotecnologia. 

Para este pensador, agora é a hora e a vez dos países emergentes e tropicais, como o Brasil, que tem tudo para assumir uma posição de liderança nesses campos, pois dispõe, em abundância, de recursos naturais (água, sol e ventos), além de muitos jovens talentos, que vão cada vez mais, utilizar inteligentemente esses recursos naturais, em especial, os do ciclo de carbono, reduzindo assim, as emissões de poluentes na atmosfera.
Porém, tudo isso, está intimamente ligado a um duplo desafio, na visão de Sachs: por um lado, temos de enfrentar a ameaça constante doravante do aquecimento global e mudanças climáticas e, de outro, temos de resolver os nossos problemas das desigualdades sociais.

Sachs também acredita que é preciso uma reformulação das relações internacionais, particularmente, no que diz respeito ao papel da ONU e de seus países membros (BRUNS, 2010, p.47-49).

Enfim, não dá para as pessoas, os empresários e os países do Terceiro Milênio se desvincularem de questões, tais como (O EMPRESÁRIO, 2009, p.48):
-Pacto global,
-Sustentabilidade econômica com transparência,
-Objetivos de Desenvolvimento do Milênio,
-Responsabilidade Social,
-Meio Ambiente e Consumo Consciente,
-Sustentabilidade e Cidadania,
-Interações com a comunidade em todas as suas múltiplas dimensões: econômica, social, política, ambiental, geográfica e cultural.

Ou seja, o sonho do Dr. Sachs, de um novo modelo civilizatório global, precisa ser melhor compreendido e concretizado por todos.

Referências:

BRUNS, R. de.  Ignacy Sachs e a biocivilização.  Revista Sem Fronteiras, Curitiba, n.3, p.47-49, 2010.
O EMPRESÁRIO do terceiro milênio.  Curitiba: Sistema FIEP/SESI/PR, 2009.  48p.
PEREIRA, E. C.  O conceito de “biocivilização” (Sachs).  In: PEREIRA, E. C. (Org.).  Propriedade intelectual e informação para indústria e negócios: abordagem para NIT.  Curitiba: UFPR/Agência de Inovação, 2011.  224p.; p. 57-60.



Profa. Edmeire C. Pereira 
Departamento de Ciência e Gestão da Informação da Universidade Federal do Paraná Curitiba-PR/Brasil

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