Meu Olhar

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo.
Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
A poesia é de Fernando Pessoa,
mas diz muito do que eu quero para esse blog!
Seja bem vindo para olhar comigo e conhecer
o mundo em que vivo...

Comentários

  1. Olá Maria Rita... tudo bom... passei para te visitar aqui no BLog e o que vejo... um texto de Fernando Pessoa (que adoro)... beijos pra ti... Heury

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  2. Uma nuvem passageira que com o vento se vai...
    Como um cristal bonito que se quebra quando cai
    Não adianta escrever meu nome numa pedra
    pois esta pedra em pó vai se transformar ...
    Sua definição me chamou a atenção para a música de Hermes Aquino, lá pelos idos dos 70! Interessante como uma letra, tão solta ao vento, pode trazer instantâneos na memória!
    Se viver não é recordar instantes mágicos, profundos e consoladores, não sei o que poderia ser.

    Sucesso em sua nova empreitada e espero poder contribuir ...
    Um grande abraço!

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